O livro é uma homengem ao Rio de Janeiro. O livro descortina a cidade em 1502 bairros, favelas e localidades e traz situações antigas e atuais que devem ser pensadas e relembradas pela população, pelo poder público e por todos que tenham grande amor a cidade maravilhosa.
Alguns bairros do Rio são protagonistas: Maria da Graça, Rocha, Glória, Bento Ribeiro e Vidigal emprestam seus nomes aos personagens principais da narrativa. Outros figuram como locais onde a história se desenvolve. São João de Meriti, Copacabana, Floresta da Tijuca e Aterro do Flamengo são exemplos dessa categoria. O leitor tem o prazer de identificar um ou outro ao longo da trama.
Ao contrário de Brasília, que foi projetada sobre a cartografia do Planalto Central, Maldito Juscelino foi concebido sobre um mapa detalhado do Grande Rio. O romance aborda a decadência do Rio sob o prisma de vários personagens, todos com uma ligação profunda com a Guanabara. Alguns com pinta de estrela, outros com apenas 15 minutos de fama, mas nenhum deles aparece gratuitamente. Seus interesses e paixões são cariocas: lêem Lima Barreto, José de Alencar e Rubem Fonseca, escutam Marcelinho da Lua, Farofa Carioca, Pixinguinha e MV Bill, evocam D. Sebastião, Zuenir Ventura e Raimundo de Castro Maia, mergulham nas Ilhas Cagarras, sobem as montanhas da região oceânica de Niterói, jantam nos restaurantes de Santa Teresa, apreciam as estátuas que adornam as ruas da antiga capital do Brasil.
O romance que envolve crime, suspense e violência, discute os valores em voga na cidade. Mostra o Rio nu e cru como ele é, apresentando ao leitor lados de um Rio de Janeiro que poucos conhecem. Tudo fruto do mapa que seguiu o autor que demonstra em mais titulo publicado, ser um profundo conhecedor da cidade em que nasceu.