As características culturais dos brasileiros são por si mesmas fugidias e difíceis de definir: sincretismo, miscigenação e carnaval. E não são poucas as reportagens de fôlego que buscam explicar melhor o país aos estrangeiros ou mostrar seus aspectos inusitados ou desconhecidos publicadas em jornais no mundo todo. Jornalistas, escritores, cineastas, acadêmicos, todos parecem buscar explicações para um país nunca totalmente acomodado dentro das definições estabelecidas.
Este livro, ricamente ilustrado, apresenta três ensaios que pontuam a visão dos estrangeiros em três momentos marcantes no Brasil: 1500, 1800 e 1900. Jean Marcel Carvalho França apresenta com detalhes os relatos deixados por viajantes europeus em passagem pela porção portuguesa das Américas, entre 1506 e 1808.
Já no contexto da transmigração da família real portuguesa, em 1808, Teresa Cribelli faz um estudo da representação do Brasil aos olhos estrangeiros através de registros iconográficos e pinturas. Com a invenção e a popularização da fotografia em meados do século XIX, fotografias em preto e branco ilustram um momento de progresso, potência e esperança do país, quando foi apelidado por Stefan Zweig de “país do futuro”, já no século XX.
Aqui, além de aprender, esses estrangeiros também ensinaram. Ensinaram o Brasil a conhecer o próprio Brasil. E legaram ao país, como parte dele, uma identidade cultural calcada na mistura, na assimilação, na permanente descoberta.