As origens do futebol no subúrbio carioca estão nas fábricas, nos clubes sociais, nas ruas de terra batida, de paralelepípedos, nos cruzamentos, nos campinhos de bairro dos interstícios da estrada de ferro da Central do Brasil. Foram centenas de times com suas camisas, identidades, torcidas e campos. Em um domingo especial de setembro de 1894, o futebol brasileiro nasceu em Bangu, no chão da fábrica de tecidos, no pioneirismo de um escocês. Dali em diante, homens e mulheres, crianças, jovens e adultos começaram a praticar suas sociabilidades por meio do futebol de rua, do time de esquina. Mulheres e negros buscavam resistir aos preconceitos, criando suas manobras. Ao longo dessa história, o futebol se tornou esporte para o bem-estar do corpo, mas também entretenimento e lócus de encontro de paixões, desejos, amizades e rivalidades.
Aqui o escritor Francisco Oliva traz as memórias do seu time de esquina, o Onze Rubros Atlético Clube, fundado em 1963. O que Oliva narra é um pouco da história de vários times que animavam o futebol de Quintino e arredores — do Juventude de Tonico e Arthur Antunes ao Quintino Futebol Clube de Caldeira, passando por outros times do Departamento Autônomo, como Everest de Inhaúma e Manufatura Nacional da Fábrica Klabin de Pilares. Este livro trata de uma ode ao subúrbio futeboleiro dos melhores dias do Rio de Janeiro de outrora. É um elogio para quem finca os pés nos campos de pelada.
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