Com frequência afirmamos que um determinado edifício tem grande importância histórica. Nesse momento, a iconografia e a documentação de registro aparecem para reafirmar essa relevância e, em seguida, estudiosos escrevem tratados e artigos a respeito. Só temos uma certeza: o edifício é importante porque reconta a história de uma outra época, os detalhes de sua construção, o modo de viver de seus antigos moradores. Mas hoje, sua presença discreta e silenciosa vai aos poucos perdendo a atração e o encanto. Desaparece diante de nossos olhos, como em um eclipse, encoberto em parte, pelo desconhecimento crítico, pelo descaso das instituições que o mantém, mas também pelo cotidiano massificante, que impede que o singular se destaque e se revele. É portanto no presente e não no passado, que se inicia o processo de distanciamento da comunidade que cerca esse edifício, engessado na idade da sua construção, até desaparecer por completo no esquecimento. A leitura do patrimônio urbano e edificado, como lugar da memória, através de seus detalhes, de suas nuances e a percepção de sua estética, sempre atual (porque o belo não envelhece), mais do que qualquer tratado científico é o caminho do reencontro do presente com o seu passado.
Lugares de memória – Vassouras
Editora:
R$ 50,00
Capa comum : 366 páginas
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