Cidade híbrida- Contribuição para uma teoria das

Este livro, resultado de pesquisa de doutorado concluída junto ao prourb/fauufrj em 2019, e procura responder a algumas indagações sobre o crescimento indefinido das malhas urbanas para além dos subúrbios tradicionais. Deve-se considerar que as cidades hoje, na segunda década do século 21, são estudadas e descritas ainda através de teorias e conceitos formulados entre o fim do século 19 e início do século 20. A pesquisa que resultou neste trabalho procurou explorar novas maneiras de descrever e conceituar as cidades, aonde elas mais crescem e se expandem, nas periferias externas que se identificam com o território periurbano ou rurbano, como alguns preferem. Esta cidade é fruto de um crescimento desordenado e espontâneo, organizando-se como num somatório de tecidos que se conectam sem se somarem, como uma colcha de retalhos diferentes em um contínuo urbano. As periferias hoje se apresentam como uma extensão dos subúrbios de ontem, numa urbanização que apagou em várias situações muitos dos seus limites e fronteiras, que delimitavam os espaços intermediários entre o centro e a periferia externa. A transição entre centro, subúrbios próximos, subúrbios distantes, primeiras periferias e periferias externas perderam a clareza dos limites que as definiam, e hoje torna-se difícil afirmar aonde começa um e aonde termina o outro. Neste espaço expandido de acréscimos que não resultam em soma, uma das possíveis maneiras de descrever o espaço resultante pode ser o de cidade híbrida. Este conceito, tomado emprestado do campo dos estudos da cultura, em questões levantadas por appaduray, bhabha e canclini, buscaram o conceito de híbrido do campo da biologia. A cidade pode ser híbrida de muitas maneiras, fisicamente em sua morfologia e tipologia, em sua formação social ou na cultura.